Escrita espontânea
Comecei o trabalho somente marcando as linhas com água. Depois, fui pingando o pigmento e as cores foram se misturando, lindas. Nasceu você, ser de rosto fino e comprido, mente aberta, arco-íris, aura, todo colorido, suave, quase transparente. Ao terminar de pintá-lo, comecei a chorar. Lembrei-me de meu pai, que faleceu há dois anos. Quem é você, ser dos olhos cor de céu? Sinto que o conheço. De onde? De quando?
Diálogo
Ser dos olhos cor de céu: Eu sou o ser dos olhos cor de céu.
Eu: Quem é você?
Ser: Eu sou você? Eu sou uma parte de você.
Eu: Eu te reconheci assim que você veio, fiquei emocionada, chorei, mas não consegui saber de onde te conhecia.
Ser: Eu sou uma parte sua que você ainda não conhece. Eu sou luminoso, eu sou alto, delgado, eu tenho um arco-íris na cabeça, eu tenho antenas que saem dos olhos. Eu sinto tudo com muita agudeza. Minha mente está aberta para a luz.
Eu: Eu não sei o que dizer para você. Queria somente te escutar.
Ser: Eu queria que você olhasse bem profundamente para os meus olhos e que você confiasse em mim. Os meus olhos são os seus olhos, mas são outros olhos. Eu te convido para você mergulhar nos meus olhos, nos meus olhos de mar azul e calmo. Meus olhos são portos seguros, são guias, são faróis para os momentos em que você sentir medo. Eu sou a luz no escuro do quarto, eu sou seu guia, seu anjo materializado.
Eu: eu me sinto meio hipnotizada por você. Poderia ficar aqui por muito tempo só te olhando e me acalmando e saindo do meu mundo e entrando no seu mundo.
Ser: Mas o meu mundo é também o seu mundo, e o seu mundo é o meu.
Eu: quanto mais eu te olho, mais eu mergulho, me acalmo.
Ser: Eu te convido para a calma. Eu te convido para olhar para dentro de você. Eu te convido a se lembrar.
Eu: Me lembrar de que?
Ser: Eu te convido a se lembrar da sua paz.
Eu: Eu agradeço a sua presença. Quero mantê-lo sempre por perto.
Ser: Eu agradeço você ter me acessado. Estou aqui para sempre que você precisar.